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quarta-feira, 2 de julho de 2008

A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO: EXPLORANDO AS SITUAÇÕES COTIDIANAS


EDUCAÇÃO INFANTIL




Geralmente as crianças já sabem contar quando chegam à escola, e a grande maioria dos/as professores/as apenas realiza exercícios de escrita dos numerais e de correspondência entre eles e conjuntos. No entanto, contar de memória é diferente de contar com significado, o que exige uma estrutura lógico-matemática construída pela criança.
A criança não constrói o número fora do contexto geral do pensamento do seu cotidiano. Para Piaget, os conceitos lógicos precedem os numéricos. O conceito de número baseia-se na formação e sistematização da mente em duas operações: classificação e seriação. A simples observação de classificações ou seriações prontas não são suficientes para a criança. Cabe ao/a professor/a oportunizar desde a Educação Infantil várias situações que permitam ao/a aluno/a elaborar estes processos. Para Kamii, o ensino do número deveria encorajar a criança a colocar todos os tipos de coisas em todas as espécies de relações. Segundo Rangel, é somente agindo intensamente sobre os objetos em atividades como quantificar coleções significativas para ela que a criança poderá ir progressivamente construindo a estrutura do número que é a base para todo o conhecimento lógico-matemático.
Nestas atividades cotidianas o que fará a diferença será a intervenção do/a professor/a ou a sua intencionalidade pedagógica. Para isto, ele/a deve conhecer a maneira de pensar da criança a fim de fazer intervenções adequadas que possibilitem a elas confrontarem suas hipóteses, desequilibrando-se cognitivamente, e a partir de sua ação sobre o objeto possam estabelecer conexões entre o que sabem e o novo, construindo assim um novo conhecimento, e aos poucos possam ir conquistando a tão desejada autonomia intelectual. Segundo Piaget, os adultos estimulam o desenvolvimento da autonomia intelectual da criança quando intercambiam pontos de vista com as crianças, ou seja, a interação entre professor/a e aluno/a é fundamental.
Contextualizar o aprendizado da criança e fazer com que ele se amplie é um grande desafio do
Segundo Marincek o papel do/a professor/a é planejar boas atividades de aprendizagem. Por exemplo, ao trabalhar com situações problemas os/as alunos/as estarão envolvidos com a essência da atividade matemática e estarão utilizando diversas habilidades para resolvê-los, como antecipação das soluções, formulação de resultados, justificação de escolhas, argumentação de postos de vista, e, desta forma, acaba por construir um conhecimento contextualizado. Conforme destaca Zabala, é uma das funções sociais da escola; fazer com que o conhecimento cotidiano fique melhor. O/a professor/a deve aproveitar a bagagem cultural que a criança traz de seu meio social e a partir desta explorar suas concepções de mundo tornando-a consciente de seus atos e do motivo das coisas se constituírem como são, mas acima de tudo utilizar esses conhecimentos cotidianos como uma forma de progresso, propiciando que estes evoluam para o nível dos conceitos científicos, pois, a aprendizagem dirigida pelo educador/a é qualitativamente superior aos processos espontâneos de aprendizagem.
Segundo Smolle (2000) além de habilidades lógicas matemáticas é necessário que os/as alunos/as tenham a oportunidade de ampliar suas competências espaciais, corporais, intelectuais, intrapessoais e interpessoais. As brincadeiras infantis possibilitam explorar idéias referentes a número de um modo diferente do convencional, pois brincar é mais do que uma atividade lúdica é um modo de obter informações, além de aquisição de hábitos e atitudes importantes.

Sugestões de atividades:


Desta forma, considerando que a falta de noção de número impede a compreensão das relações numéricas podemos organizar uma seqüência de atividades relacionadas com a vida cotidiana da criança, para que a construção numérica tenha sentido, favorecendo assim o estabelecimento de diversas relações:

- Encorajar as crianças a quantificar objetos logicamente e a comparar conjuntos em atividades como a de levar lápis para todos os colegas do grupo em que ela senta.


- Organizar dois, três ou mais grupos com as cadeiras da sala.


- Comparar o grupo de meninos e meninas. 

- Distribuição das merendas, observando como realiza esta tarefa, desafiando-a a distribuir de forma igual para todos os colegas certa quantidade de biscoitos, bolo, balas, pirulitos etc.


- Propor a ida a um supermercado onde cada criança terá a tarefa de comprar pirulitos ou balas para certa quantidade de pessoas, observando como realiza a compra e se usa a relação termo-a-termo para efetuar a compra.


- Construção de gráficos sobre as letras do nome, a quantidade de pessoas da família, meio de transporte utilizado para ir à escola, mês de nascimento, idade, altura, cor dos olhos, cabelos etc.; explorando e analisando com os alunos os dados obtidos.


- Explorar a escrita e a leitura do nome, em que as crianças devem identificar cada letra do seu nome, recortando-as e destacando-as. Reconstruir a escrita do nome colando as letras com o apoio de um pequeno crachá, ordenado-as em correspondência termo-a-termo. Quantificar as letras do nome separando com o apoio na correspondência termo-a-termo, um palito de picolé ou forminha de doce para cada letra do nome, estabelecendo relações do tipo: Quantos palitos ou forminhas recebeu? Quantos ganhou? Quantos faltam? Quantos sobram? Quem ganhou mais, menos, a mesma quantidade? Nesta atividade pode-se realizar um jogo de memória com os palitos ou forminha, tentando formar o seu nome e explorando os mesmos aspectos que foram descritos acima.


- Construção de um álbum do nome mostrando quais as diversas maneiras com que podem mostrar quantas letras tem o seu nome.

- Para crianças de 2 a 3 anos uma atividade interessante é construir uma chamadinha com um desenho duplicado de bicho de EVA para cada criança, exemplo dois cachorros, dois macacos, dois tigres etc. A cada dia pode-se fazer a chamadinha de uma maneira; com os desenhos virados para baixo onde a criança tem de achar o seu (tipo memória), ou virados para cima bem misturado e solicitar que achem os dois bichos que são seus. Ou ainda, enfileirar os desenhos e recolher um dos desenhos e solicitar que descubram qual está faltando.


- Outra atividade interessante para crianças bem pequenas é a utilização da história :


“Barulho na Caixa” da autora Clélia Machado.


Conta-se a história com o auxílio de um flanelógrafo, dos animais da história e a caixa. A cada vez que a história é contada um dos animais é escondido dentro da caixa e pode-se questionar as crianças qual é o bichinho que agora está faltando. Apesar de ser uma atividade muito simples ela é muito interessante, pois provoca equilíbrio mental e estimula o raciocínio lógico-matemático destas crianças bem pequenas.


" MEDO DO ESCURO "Antonio Carlos Pacheco - Editora Ática

A partir desta história o/a professor/a pode propor às crianças um jogo que envolverá a quantificação de sílabas dos nomes dos personagens.


Materiais : - Dado com o desenho dos personagens.


- Tabuleiro com o desenho de uma trilha. - Um pino para deslocar na trilha.


Procedimento: Após a história a turma pode ser dividida em equipes que ganharão cada uma um tabuleiro com o desenho de uma trilha e um pino. Cada equipe deverá jogar o dado, o qual indicará o nome do personagem. O grupo deverá falar o nome do personagem que o dado indicou contando a quantidade de sílabas deste, ou quantos pedacinhos esta palavra tem. A contagem pode ser feita através de palmas. Após a contagem o grupo deve deslocar o pino de acordo com a quantidade de sílabas da palavra que sorteou.


Exemplo: a palavra é estrela – Três pedacinhos ou sílabas, anda três casas para frente na trilha. O/a professor/a pode questionar quantos pedacinhos tem cada nome, que outros nomes tem o mesmo tanto de pedaços do que este etc. Após o término do jogo pode-se fazer um registro individual do jogo em uma planilha. A partir destas histórias o/a professor/a pode propor a confecção de jogos de memória, quantificação, seriação, classificação e bingo.

"UM AMOR DE CONFUSÃO" Dulce Rangel - Editora Moderna.

Materiais : - Desenho de um ninho que pode ser feito pelos alunos.


- Dado de quantidades.


- Papéis recortados em forma de ovos (6 cores).
- Dado de cores (6 cores).

Procedimento: Após o/a professor/a contar a história, cada criança recebe um ninho. Elas deverão jogar o dado de quantidades e o de cores que indicarão quantos ovos serão comprados e qual a cor destes. Os ovos serão colocados no ninho. O professor pode solicitar no final do jogo que as crianças classifiquem os ovos por suas cores verificando qual a cor que tem mais, a que tem menos, quanto a mais, quanto a menos. Se as crianças forem maiores o/a professor/a pode introduzir um terceiro dado de tamanhos. Assim poderão fazer atividades de seriação (do maior ao menor).


"O HOMEM QUE AMAVA CAIXAS" Stephen Michael King - Editora Brinque-book


Materiais : - Caixas de diferentes cores e tamanhos.


Procedimento: Após ouvirem a história o/a professor/a pode fazer diversas atividades com sucatas de caixas.

1º) Noção de tamanho: O/a professor/a identifica duas caixas de papelão vazias, uma com a palavra grande e a outra com a palavra pequena. As crianças vão pegando as sucatas e relatando se são grandes ou pequenas e colocam na caixa referente ao tamanho.

2º) Noção de cor e espessura: Dividir as crianças em grupos e colocar as sucatas à disposição dos grupos. Cada grupo terá uma tarefa:


Grupo 1 - separar todas as caixas que forem da cor amarela, por exemplo;
Grupo 2 - separar todas as caixas que forem finas;
Grupo 3 - separar as que forem grossas.


3º) Após explorar as sucatas o professor pode promover um oficina de construção de brinquedos.


"ROMEU E JULIETA" Ruth Rocha - Editora Ática























Materiais:


- Dado de quantidades.
- Dado de cores (6 cores).
- Dado com o desenho de borboleta e de flor (intercalando as faces do dado, uma com borboleta, a outra com flor etc.).
- Desenhos de borboletas e flores (6 cores) que podem ser feitos pelos próprios alunos.


Procedimento: Cada criança irá jogar os três dados simultaneamente. Estes indicarão a quantidade a ser comprada, o tipo de personagem, a cor. O/a professor/a pode solicitar que as crianças classifiquem os materiais. Após o jogo verifica-se quem ganhou mais flores, quem ganhou mais borboletas, quem ganhou menos, qual a cor que mais saiu etc. Após o jogo os/as alunos/as podem utilizar suas fichas para montar um lindo desenho.






"MANECO, CANECO, CHAPÉU DE FUNIL" Luiz Camargo - Editora Ática


Materiais: - Dado com o desenho dos objetos que formam o Maneco. - Desenhos dos objetos para serem comprados.


- Moedinhas.


Procedimento: Cada criança recebe seis moedinhas. Deverá jogar o dado e ver qual o objeto que irá comprar para montar o seu Maneco. A cada objeto tirado no dado deve efetuar sua compra dando uma moedinha. Desta forma, o professor pode ir explorando quantas moedinhas ainda resta, quantas foram gastas, quantos objetos já foram comprados, quantos ainda faltam etc. O jogo acaba quando todos os participantes compraram todos os objetos necessários para montar o Maneco caneco.


-Conclusão: Tendo em mente que a aprendizagem se torna significativa quando o indivíduo dá um significado pessoal a ela, exige que o ato de aprender seja visto como compreensão de significados, que se relacione com as experiências pessoais, promova o estabelecimento de relações e a utilização do que aprendeu em diversas situações. Portanto, a qualidade do ensino depende da postura do/a professor/a, uma postura compromissada com seu trabalho; no entanto, não é apenas uma questão referente a ele/a, diz respeito à natureza do currículo e à organização da escola.


Ester Schaly Cardoso Pedagoga graduada em Educação Infantil e séries iniciais. Pós-graduada em Educação Infantil.

Referências bibliográficas:

KAMII, Constance. A criança e o número. São Paulo: Ed. Papirus,1985.
MARINCEK, Vânia (coord). Aprender matemática resolvendo problemas. Porto Alegre: Artmed, 2001.
PIAGET, Jean. A gênese das estruturas lógicas matemáticas. São Paulo: EPU, 1976.
RANGEL. Ana Cristina. Educação matemática e a construção do número. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
SMOLLE, Kátia Stocco e Outros. Coleção matemática de 0 a 6 anos. Porto Alegre: Artmed, 2000.
ZABAlZA, Antoni. Enfoque globalizador e pensamento complexo: uma proposta para o currículo escolar. Porto Alegre: Artmed, 2002.

CANTOS DE ATIVIDADES DIVERSIFICADAS:

EDUCAÇÃO INFANTIL



Organização e gestão do tempo didático:

Organizar o tempo para favorecer um melhor aproveitamento por parte das crianças é tarefa importante do professor. Apontaremos, alguns ajustes no planejamento de uma rotina de trabalho para que atenda às necessidades de aprendizagens das crianças.

· como garantir momentos nos quais a criança possa escolher onde vai ficar e que tipo de atividade irá desenvolver?
· como realizar um atendimento mais individualizado com a possibilidade de acesso a informações específicas?

A proposta de cantos de atividades diversificadas é uma das modalidades de organização do tempo didático. Há outras atividades que são permanentes como as situações de leitura pelo professor, parque, refeições, entre outras. Há também projetos e seqüências que perseguem objetivos mais específicos de aprendizagem.
Os cantos de atividades diversificadas apresentam um momento da rotina, em que as crianças podem escolher o que vão fazer a partir de um leque de opções oferecidas e organizadas pelo professor em vários cantos da sala. Elas podem escolher, por exemplo, entre desenhar, ler um gibi, aprender um novo jogo de tabuleiro, etc.

- individualmente pelo/a professor/a;
- em agrupamentos definidos pelo/a professor/a para compartilhar desafios propostos por ele/a;
- em situações nas quais possam escolher com quem trabalhar e quais desafios desejam resolver;
- coletivamente em situações de convívio, brincadeira e sistematização de produções do grupo.
Possibilidades de cantos de atividades diversificadas:

Nos cantos as crianças poderão:


Para escolher é preciso que de fato haja opções – inclusive a de ficar sozinhas, se as crianças assim o desejarem, por isso

o/a professor/a deverá garantir a diversidade de ofertas ou ambientes organizados de forma confortável e convidativa, por temas, recursos ou tipos de materiais que devem estar sempre acessíveis às crianças.
-Essa modalidade organizativa pode ser usada para trabalhar principalmente os conteúdos ligados à formação pessoal e social, ao brincar e à linguagem oral e escrita.

O que as crianças podem aprender:

Com essa modalidade de organização garantimos que as crianças possam vivenciar diferentes situações de aprendizagem, escolhendo, exercitando a autonomia e buscando conhecer as próprias necessidades, preferências e desejos ligados à construção de conhecimento e relacionamento interpessoal. É importante que esse tipo de organização favoreça o acesso aos mais variados bens culturais como os proporcionados pela produção literária e comunicação e pela produção artística.
Essa proposta tem função decisiva na formação pessoal e social e na construção da autonomia da criança, uma vez que prescinde de um controle direto do/a professor/a. Por outro lado, permite que ele observe mais atentamente os problemas enfrentados pelas crianças, suas dificuldades, aprendizagens, gostos e interesses, o que muito o auxiliará em seu replanejamento.

Objetivos didáticos:
(ou o que o professor espera que as crianças aprendam)

· escolher com autonomia tendo suas decisões respeitadas e apoiadas pelos adultos;
· realizar ações sozinhas ou com pouca ajuda do adulto e de outros parceiros;
· valorizar ações de cooperação e solidariedade, desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração e compartilhando suas vivências;
· relacionar-se com os outros, adultos e crianças, demonstrando suas necessidades, interesses, gostos e preferências.

Conteúdos:

· participação em situações de brincadeiras e jogos nas quais pode escolher parceiros, e outros recursos;
· participação em situações que envolvam a combinação de algumas regras de convivência em grupo e aquelas referentes ao uso dos materiais e do espaço, quando isso for pertinente;
· valorização dos cuidados com os materiais de uso individual e coletivo;

-Para muitos/as professores/as eram confusos os objetivos e conteúdos que a atividade de cantos diversificados possibilitava em relação ás oportunidades de aprendizagem para as crianças.
A explicitação dos objetivos didáticos e dos conteúdos ajuda muito na organização do trabalho.

Veja os quadros abaixo:

· valorização do diálogo como forma de lidar com os conflitos.
Sugestões de cantos de atividades diversificadas:
Os cantos trazem atividades diversificadas, oferecendo às crianças oportunidades de contato com diversas linguagens: simbólica, plástica, lúdica etc. Você vai encontrar algumas sugestões que podem ser aproveitadas e melhoradas pela sua equipe: jogos de regras, faz-de-conta, pintura, desenho, construção de brinquedos e muito mais.
Combinar as atividades que serão oferecidas, observar as preferências das crianças, acolher as idéias que elas trazem são importantes ações que o/a professor/a deve ter em vista ao trabalhar com essa proposta.

- Cantinho das Ciências

Que poderá incluir livros referentes à disciplina; experiências realizadas pelos alunos como o plantio do feijão; um terrário; um aquário; por exemplo.

Cantinho de História e Geografia

Que poderá incluir materiais como um quebra-cabeças do mapa do município onde os/as alunos/as residem e outro do Brasil; confeccionados pelo/a professor/a e pelos/as alunos/as.

Cantinho da Psicomotricidade

Que poderá conter materiais como tênis (placa de madeira) com cadarço para o/a aluno/a aprender a amarrar, telaios (material montessoriano) com botões, colchete, velcron ( para as crianças aprenderem a utilizá-los), tabuleiro de areia, materiais e jogos de encaixe, de “enfiagem”, como, por exemplo, ( para enfiar os macarrões ou contas no barbante para trabalhar a motricidade refinada das crianças).

-Canto dos jogos



Por onde começar? É preciso ter alguns tipos de jogos na sala, para que as crianças possam experimentar esta situação em sua rotina. Esses jogos devem estar adequados aos interesses e faixa etária da criança.
Na apresentação de jogos novos o/a professor/a pode optar por explicar as regras em pequenos grupos, ou ao grupo todo, na sala de aula.
· Apresentação em pequenos grupos.
Neste caso, é possível contar com a ajuda de algum adulto da escola, ou irmão/ã mais velho/a de alguma criança, que conheça o jogo e possa ser convidado a ensinar ao grupo.
Assim sendo, um dos cantos de atividade estaria sendo coordenado por alguém de fora da sala, enquanto o/a professor/a ficaria com as crianças que estão realizando outras atividades.

O/a professor/a pode também oferecer, no momento de pátio ou parque, a opção de se ter uma mesa na qual ele vai ensinar quem quiser. É uma forma de poder acompanhar as crianças num momento mais descontraído.

· Apresentação na roda


A opção de socializar o jogo na roda é uma estratégia interessante para que o grupo possa conhecer um jogo novo e compartilhar dúvidas e questões com os colegas.
Esta situação deve ser planejada pelo/a professor/a que pode escolher diversos caminhos de apresentação do jogo. Uma forma possível é explicar as regras do jogo, iniciando pelo “objetivo”, procurando esclarecer como se pode atingi-lo.
Outra forma interessante é partir do conhecimento que as crianças já tem de alguns jogos, perguntando ao grupo como imaginam que podem jogar, partindo da observação do material que compõe o jogo. Neste caso, pode ser que aconteça de o grupo até criar outra regra; dessa forma
podem entender que elas são criadas, de fato, e dependente uma combinação prévia que organize e oriente a partida.

Outra forma possível é jogar uma partida com um convidado que conheça o jogo e pedir que as crianças observem a jogada na roda; a partir daí, são convidadas a jogar usando as regras que os jogadores em questão utilizaram para jogar.

· Depois da apresentação

Feita a apresentação dos jogos novos da sala, as crianças precisam de tempo para poder desfrutar de diversas partidas. A criança só se apropria de uma regra de jogo quando tem a possibilidade de jogar. É desta ação que surgirá a reflexão sobre o jogo, ou seja, é da ação contínua que ela começa a criar estratégias para jogar cada vez melhor. E quando isto acontece, quando se torna boa jogadora, também é interessante que o/a professor/a perceba este movimento e a convide para socializar suas descobertas numa roda com os colegas da sala, explicitando seus conhecimentos. Portanto, a roda do jogo não deve se restringir somente a uma conversa inicial; pode haver outras situações que permitem às crianças avançarem em seus conhecimentos a respeito do jogo.

- Sugestões de Jogos:

Percurso, Trilha, Dama, Pega-vareta, Memória, Bingo, Dominó, Jogo da Velha, Futebol de mesa, Futebol de botão, 5 Marias, Quebra-cabeça, Mosaico mágico, Pino Mágico/Ligue-ligue, Já achei (lince), Mico, Monta-tudo / Lego, Pequeno Engenheiro /Toquinhos ou blocos de madeira, Bolinha de Gude.

-Canto do faz-de-conta


É importante lembrar que não só o faz-de-conta, mas toda brincadeira, embora seja atividade livre e espontânea da criança, não é natural: ninguém nasce sabendo brincar, aprende-se a partir do contato com a cultura. Por isso é tão importante considerar a brincadeira como algo que merece atenção, planejamento e acompanhamento por parte do/a professor/a. Vale a pena saber mais sobre como introduzir, selecionar e organizar materiais e como intervir.

· Como introduzir a brincadeira



Para introduzir o faz de conta, o/a professor/a precisa levantar os temas de interesse das crianças. Ao observar com cuidado o jogo de faz-de-conta, veremos que a criança está sempre organizando sua própria brincadeira. Isto não é à toa. Em geral, ela organiza sua brincadeira o mais parecido possível com o ambiente que se origina, o que lhe serve de modelo de referência. Por exemplo, quando monta um consultório de médico, o faz parecido àquele que conhece na vida real, muitas vezes o do posto de saúde, por exemplo. A forma de organizar sempre se remete à cultura de origem da criança, aquela que está empenhada em conhecer melhor. Por meio da brincadeira, ela procura entender como se dão as relações no mundo em que vive tanto na esfera da vida pública quanto privada, criando mundos e fazendo de conta que eles existem.
Considerar essas observações ajuda na criação dos cantos de faz-de-conta.

· Como selecionar materiais

Os materiais na brincadeira sejam eles brinquedos ou objetos, exercem um papel importante para o desenrolar das interações e trama lúdica, por isso é interessante que o/a professor/a possa ajudar a conseguir materiais, sejam sucatas ou brinquedos que enriqueçam o jogo da criança. E também ajude a organizar materiais que possam contribuir para o enriquecimento do desenvolvimento de papéis no jogo.
Sendo assim, sugerimos a montagem de kits de jogo simbólico. Ao invés do tradicional monte de brinquedos misturados e entulhados, sugerimos separar caixas por temas de interesse (fazendinha, médico, oficina, casinha, etc) a fim de que seja mais fácil montar os cantos de jogo que se escolhe diariamente para brincar. Quanto mais diverso for o material, também mais possibilidade oferece para o desenrolar da brincadeira e o aprofundamento dos papéis e interações entre os participantes, e, por conseguinte gera maior interesse e tempo de concentração das crianças nesta atividade.

· Como organizar materiais

Vimos, então, que a seleção de materiais é a primeira ação do/a professor/a para viabilizar os cantos. Outra importante tarefa é a organização dos mesmos, a forma como serão dispostos objetos e brinquedos para que a brincadeira aconteça da forma mais rica possível.
É preciso preparar a sala para receber as crianças, colocando à disposição delas cantos capazes de sugerir uma determinada brincadeira. Ao fazer isso, o/a educador/a organiza também configurações culturais e não apenas físicas, para que a criança possa se aprofundar nos papéis que escolhe. Assim sendo, é importante construir ambientes ricos em significados e representações culturais.

▪ Casinha/Cabana, Escritório, Cabeleireiro, Feira/Supermercado, Médico, Farmácia, Sorveteria / Doceria, Desfile/Fantasia, Oficinas de Consertos em geral, Restaurante/Disk Pizza, Carrinho, Mecânico, Boneca, Animais (fundo mar, selva, dinossauros), Fantoche/teatro, Marcenaria (ferramentas de plástico), Príncipes e Princesas, Astronauta, Super Heróis, etc.

Contudo, o espaço da brincadeira não deve estar definitivamente pronto para que a criança possa interferir nele. Ao propor um jogo de papéis, mesmo aqueles de situações mais conhecidas como mercado, escritório, casinha, hospital etc., deve-se considerar e acolher as mudanças que as crianças venham a realizar. É importante não deixar nenhum espaço fixo ou que dificulte a transformação.

· Outras formas de agir do/a professor/a 
É fundamental proporcionar às crianças, sempre, novos desafios. Às vezes pequenas interferências no jogo, na disposição do material e em sua organização, permitem uma nova forma de olhar para a mesma brincadeira. Assim, a tradicional brincadeira de casinha, por exemplo, ganha nova dimensão à medida que é enriquecida com novos elementos trazidos pelas crianças.
Outra ação é a observação cuidadosa do/a professor/a, um olhar interessado em saber o que as crianças gostam de brincar para ajudar a construir as novas possibilidades de jogo simbólico que vão aparecendo em um grupo. Assim, por exemplo, ao observar que as crianças brincam de carreta, transportando a geladeira e o fogãozinho da casinha em um caminhão improvisado em um banco, o/a professor/a pode incrementar este jogo, oferecer novos materiais ou mesmo perguntar o que poderia contribuir para este jogo. Numa destas conversas, é possível descobrir novas possibilidades para o jogo: barbantes para enrolar mercadorias, plástico bolha para protegê-las, caixas de diferentes tamanhos para separar e organizar os objetos da mudança e assim por diante. Quando as crianças percebem que o/a professor/a é um aliado que pode contribuir, também se sentem mais à vontade para criar e sugerir novas possibilidades de brincadeira.

Caberá ao adulto, apenas, segundo Gilles Brougére, “construir um ambiente que estimule a brincadeira em função dos resultados desejados. Não se tem certeza de que a criança vá agir, com esse material, como desejaríamos, mas aumentamos, assim, as chances de que ela o faça; num universo sem certezas, só podemos trabalhar com probabilidades. Portanto, é importante analisar seus objetivos e tentar, por isso, propor materiais que otimizem as chances de preencher tais objetivos”.

· Quando é o melhor momento para intervir

A intervenção, nunca é feita enquanto as crianças brincam, mas sim em momentos anteriores ou posteriores ao faz-de-conta que é, por definição, livre.
O adulto pode alimentar essa brincadeira na medida em que cuida da:
-
organização de um ambiente seguro e acolhedor que sirva de referência para a criança;
- disposição dos móveis, facilitando interações entre as crianças e criando um ambiente convidativo para a brincadeira;
- disponibilidade de material adequado, interessante e em quantidade suficiente, aproveitando, por exemplo, objetos convencionais como telefone, teclado de computador e outros que assumem função importante na cena lúdica;
- diversificação dos papéis tradicionais do faz-de-conta, inserindo novos elementos na trama simbólica.
Comprometido dessa forma com os reais interesses e necessidades das crianças diante da brincadeira, o adulto estará, na verdade, ajudando-as a inventar um mundo possível nos quais as crianças possam viver, aprender e relacionar-se com seus parceiros.

· Como avaliar a qualidade da brincadeira

O faz-de-conta ou o jogo de papéis pode revelar-se altamente significativo para a criança ou muito empobrecido. Para avaliar a qualidade da brincadeira, é preciso observar atentamente alguns critérios, segundo os quais a criança possa:
- sair do espaço cotidiano para projetar-se em outro espaço, envolvendo-se na situação imaginária criada, seja ela derivada do campo real ou ficcional (ser capaz de realizar uma metacomunicação);
- ampliar a possibilidade de compreensão dos diferentes papéis que desempenha;
- ter no brinquedo um suporte de representações, onde encontre um universo de sentidos e não somente de ações;
- ser capaz de simbolizar: criar diferentes significados para um mesmo objeto ou situação;
- lidar com conhecimentos e manifestar competências que vão além de seu nível de desenvolvimento real;
- elaborar conhecimentos advindos do exercício ativo de papéis sociais;
- construir regras com outros jogadores para organizar as brincadeiras;
- divertir-se em suas interações lúdicas e nos enredos que criam para suas brincadeiras;
- aprender a incluir nas brincadeiras materiais elaborados por ela mesma, reaproveitando materiais do meio: criando cenários e buscando acessórios para incrementar suas brincadeiras, etc.;

Experimentar novas possibilidades de ação, diversificando a escolha de papéis.


· Sugestões de materiais

Estas são apenas sugestões de como montar jogos simbólicos com recursos que podem ser adquiridos por meio de doações. É interessante que o/a professor/a faça juntamente com as crianças uma lista do que julgam interessante para os cantos de jogo simbólico. Feita a lista, podem escrever uma carta aos pais e comunidade (médicos, cabeleireiros, feirantes...) pedindo ajuda para montagem dos kits, com materiais doados para incrementar o jogo. Para organizar a chegada dos materiais vale separar caixas de papelão ou caixotes de madeira para guardá–los de forma a facilitar a montagem dos cantos.

Podemos ainda, organizá–los pelas categorias: sorveteria, supermercado, médico, kits de animais , oficinas de consertos de brinquedos, computadores, mecânica.

Aproveite algumas dicas, a seguir.

-Casinha

Fogão e panelinhas, livro de receita, frutas de brinquedos, embalagens vazias (leite, danone, sabão em pó, caixa de ovo), bonecas e mamadeiras, caminhas, roupinhas de bonecas, panos, panelas velhas (pequenas), bule e xícaras, copos e pratos de plástico, liquidificador, escorredor de macarrão e de arroz, ferro de passar roupa, colheres e outros utensílios de pau ou alumínio, chuveiro velho, telefone, agenda e bloco de recados, lista telefônica, caneta, etc.

-Escritório

Máquina de escrever, teclado, monitor e mouse, lista telefônica, telefone, bloco para anotações, agendas (novas e usadas), caneta/porta canetas, máquinas de calcular, calendário, carimbos, furador de papel, maleta tipo pasta executivo, gravatas, manuais, tabelas de preço de produtos.

-Oficina de Consertos
Máquinas sem uso (computador, relógio, telefone, video cassete, máquina fotográfica, impressora), ferramentas de plástico, ferramentas de verdade que não ofereçam perigo como chave defenda, pano e pincel para limpeza.

-Médico
Embalagens de remédios vazias e bem lavadas, de mercúrio cromo e esparadrapo vazias, de chá
(camomila, erva doce ,boldo...), pano para compressa, caixas de remédios com bulas, avental branco, sapato branco (usado), máscaras, toucas e luvas cirúrgicas, estetoscópio velho, bolsa d’água, máscara de inalação, ataduras, blocos de papel c/ propaganda médica, maleta de primeiros socorros, chapas de raio x, tecidos ou lençóis brancos, colchões empilhados para servir de maca.
Obs.: É importante incluir blocos e notas para marcar consultas.

-Salão de beleza

Maquiagens, embalagens vazias de shampo e condicionador, pentes, escovas, bobes, grampos, presilhas, rabicós, tiaras, touca de banho, espelho, toalhas, avental, perucas, secador de cabelo (que não esteja mais funcionando ou de brinquedo), embalagens de creme de barbear e pincel de barba, resto de prestobarba (sem gilete), mangueira, chuveirinho, borrifador, vidro de esmalte vazio, revistas com modelos de cortes, lista de serviços e preços, telefone e agenda, caderno de anotações e canetas.

-Feira




Caixotes de leite, carrinho de feira, sacolas, bacias, balança (pode ser feita com sucata), calculadora, pincel atômico ou canetinha para marcar preços, jornais, avental, lenço, boné, flores e folhas secas, frutas e legumes de plástico ou papel machê, roupas, objetos, brinquedos, dinheiro de faz de conta, carteiras, barbante e pregadores para prender preços dos produtos.
Obs: as mercadorias listadas poderão ser aproveitadas de sucatas, embalagens, de brinquedos, ou então confeccionadas com papel machê.
Uma boa opção de montagem de barraca é virar uma mesa, colocá-la sobre uma outra, utilizar os pés para esticar um barbante, e prender os preços dos produtos que ficam logo abaixo, em bacias.

-
Cantinho da Dramatização/ Fantasias
Um espelho afixado de acordo com o tamanho das crianças, Roupas, sapatos, chapéus de mágico, de palhaço, etc., bonés, lenços, gravatas, cachecóis, echarpes, bolsas, tecidos coloridos de diferentes tipos (tule, jersey, chita), cintos, fantasias de carnaval ou teatro, perucas, bijuterias (armação de óculos, colar, pulseiras), estojo de maquiagem.
Esta atividade pode ser ampliada com propostas de organização de desfiles/dramatização utilizando:
Roupas de adulto, sapato de salto alto, vestidos, peruca, xale, maquiagem, tapete feito papel camurça ou papelão pintado (passarela), máquinas fotográficas, filmadora (feita de papelão).
Poderá ser construído um pequeno tablado de madeira, onde as crianças poderão apresentar as dramatizações ou desfile.

-Cabana

Para se montar cabanas são necessários, basicamente, tecidos, barbante e alguns lugares onde seja possível amarrar um tecido: pregos ou parafusos com argolas na parede. Outra possibilidade é aproveitar os móveis da sala, como mesas viradas ao contrário com tecido em cima. Quando a sala é ampla e não se têm muitos pontos de apoio para amarrar a cabana, pode-se improvisar latas vazias de tinta com cimento e cabo de vassoura para servir de apoio para amarrar o barbante que se prende ao pano. Arames fixados de um ponto a outro da sala, presos com parafusos entre duas extremidades da parede, podem ajudar na montagem de cabanas na medida que podem ser amarradas no arame (com barbante) algumas pontas da cabana.

-Supermercado


Diversas embalagens de produtos vazias, frutas de plástico, sacolas de supermercado, caixa registradora, etiquetas para marcar preços dos produtos, prateleiras improvisadas para armazenar os produtos, placas para marcar ofertas de produtos, etiquetas de preços, cartazes de propaganda de produtos, carrinhos de supermercado e cestas, crachás, telefone, notas de papel e fichas (dinheiro), carteira, etc.

- Canto “Faça Você Mesmo”
A intenção é que a criança participe da construção de seus próprios brinquedos e objetos para brincar. Esta atividade pode, e deve ser aproveitada como um espaço de resgate do valor do brinquedo artesanal e até mesmo para contribuir com a ampliação do acervo de brinquedos da escola.

· Como introduzir a proposta

Cabe ao educador propor oficinas de construção que incorporem o saber das crianças, sua liberdade de criação sem, contudo, esquecer de alimentar o fazer da criança com repertório cultural para que possa avançar em suas construções.

Sugestões de construção:
▪ Boneca de papel, Dobradura, Construção de brinquedos com sucata, Pipa, Máscara, Escultura de arame, Massinha.

O/a professor/a pode pesquisar e levar livros que ensinem a técnica da dobradura, de como confeccionar bonecas de sucata, de artistas que trabalhem com esculturas de arame e assim por diante. Outra possibilidade é convidar pessoas da região que saibam fazer brinquedos artesanais para ensinar às crianças. Ou ainda levar brinquedos prontos e materiais dos quais eles são feitos para uma tentativa de confeccioná-los. Os livros, ou mesmo modelos de brinquedos, dobraduras,
devem servir como idéia a partir da qual a criança possa criar. A idéia de trazer um ou mais modelos de pipa, por exemplo, não é a de que a criança copie o modelo o mais próximo possível, até da mesma cor, mas, pelo o contrário, que tenha na “pipa –modelo” parâmetro para realizar a sua própria idéia de pipa. As crianças, no seu fazer, vão dando seu toque especial às confecções.


Canto das Artes Visuais

Sabemos que as crianças que estão inseridas num ambiente enriquecido pela arte se tornam melhores produtoras, apreciadoras e, conseqüentemente, ampliam o conhecimento sobre si mesmas e sobre o mundo. Sendo assim é muito importante que o/a professor/a planeje esse canto de forma a contemplar experiências significativas nas diferentes linguagens (desenho, colagem modelagem). O espaço da escola não deve ser somente para a criança mas também, da criança: isso se torna possível quando o adulto, no caso o/a professor/a, valoriza as produções infantis, expondo-as em diferentes espaços da escola (sala do grupo, mural, varal, refeitório, corredores da escola...).
O encontro com as Artes deve propiciar, para a criança, oportunidades de apreciar produções, pensar sobre elas e desenvolver idéias próprias experimentando materiais, meios e suportes. Traduz mais um raro e importante momento de um fazer desprendido de utilidade imediata, válido pelo simples prazer de dar plasticidade às suas idéias.
RECEITA:


-Massinha de Modelar Caseira


Ingredientes:
1 kg de farinha
1 xícara de chá de óleo
½ xícara de chá de sal
2 colheres de sopa de guache
água até dar o ponto
Misturar um pouco de água com guache, óleo e sal, em seguida acrescentar a farinha e ir amassando e acrescentando água até dar o ponto (desgrudar da mão).

Apetrechos para brincar com Massinha de Modelar:
▪ espremedor de batatas, cabo de vassoura cortado como toquinhos para alisar a massa, forminhas, palitos de churrasco e sorvete, diversas sucatas como tampinhas, carretéis etc., que possam imprimir marcas na massa.


Sugestões:▪ Modelagem, Desenho, Pintura (aquarela, guache etc.), Colagem, Impressão (monotipia, carimbo, etc.)

· Como introduzir a proposta
Muitas das propostas sugeridas a seguir, sobretudo as de pintura, podem ser enriquecidas e melhor exploradas em outros momentos da rotina pedagógica como, por exemplo, nos projetos de trabalho ou nas seqüências didáticas específicas, em que as crianças podem conhecer a fundo procedimentos específicos das linguagens do desenho, pintura, escultura e colagem, entre outras. Neste caso, o Canto das Artes servirá para a criança, como mais um oportunidade de retomar uma proposta de que gostou muito, escolher materiais, desenvolver idéias e projetos pessoais, podendo aprender com seus colegas e também lhes ensinar um pouco do que sabe. Interessante introduzir, no início, materiais com os quais as crianças já têm uma aproximação, já foram iniciadas, de alguma forma. De início, são bem vindos materiais secos como giz de cera, canetinha, lápis de cor, lápis grafite, carvão em diferentes papéis e, aos poucos ir acrescentando outros materiais para colagem, modelagem etc.

· Como selecionar e organizar os materiais.
A montagem de kits também é interessante para o canto de Artes. Os materiais devem ser separados por tipo:
Na caixa da colagem devem estar disponíveis para as crianças colas, tesouras, durex, fita crepe.


Na caixa do desenho, pode-se oferecer giz de cera, canetinha, giz de lousa guardados em suas caixas, estojos ou lata.

Organizar caixas com modelos (imagens de obras de arte, fotos; imagens de animais, objetos etc.) que sirvam de referencia para as crianças criarem ou incrementarem a própria produção.

- Quantidade de material 

A quantidade e a qualidade do material a ser oferecido.
É preciso ter um número suficiente de canetas (em média um estojo para cada 05 crianças), por exemplo, para que o grupo possa compartilhar seu uso e a criança não tenha que esperar muito tempo para realizar seu trabalho.


Acomodação das produções
O professor pode oferecer uma pasta (feita com cartolina e ou papel pardo) ou caixa de papelão grande encontrada em mercados para as crianças guardarem suas produções.

Cuidados com os materiais
O cuidado do material deve ser ensinado as crianças na forma de combinados como não bater a ponta da caneta, pois afunda, colocar a tampa atrás para não perder, tampar as canetas no final de uso para que não sequem; fechar as colas; apontar os lápis, quando necessário, no lixo.
Esses combinados ajudam muitos a manter os materiais em ordem e possibilitam umas autonomias maiores das crianças, que se tornam grandes colaboradoras nessa tarefa.

Os materiais de artes oferecidos, sejam para desenho, colagem ou modelagem, são fundamentais para o desenvolvimento e o interesse das crianças, sendo válidas as mais diferentes combinações afim de alimentar a expressão da linguagem plástica e enriquecer o fazer artístico delas.

-Desenho
▪ canetinha hidrocor grossa e fina, caneta esferográfica com cores variadas, giz de cera, giz de lousa, carvão, lápis de cor, lápis grafite.
Suportes:
▪ papéis sulfite branco e colorido, cartolina, papel espelho, papelão, pardo (Kraft), lixa;
▪ retalhos de madeira, oferecidos em diferentes tamanhos (grande, pequeno, médio, muito grande); formas (redondo, quadrado, oval...); texturas (áspero, liso, ondulado, seco);
▪1 superfície sobre a qual a criança vai trabalhar.
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Colagem▪ revistas, jornais, papéis diversos, botões, barbante, retalhos de tecido, palitos de sorvete,dente, churrasco, canudo,folhas, gravetos, suportes variados (ver sugestão material de desenho), caixas de tamanhos variados, potes de plástico, tocos e pedaços de madeira, tampas de refrigerante, de pasta de dente.

-Modelagem
▪ Massinha caseira, Barro (argila), Massa plástica, Papel Machê.


-Canto de Leitura


Sabemos que as crianças, desde muito cedo, pensam sobre a língua e se esforçam para compreender a escrita a partir do contato cotidiano com as mais variadas produções do mundo letrado, desde os cartazes de propaganda, rótulos e embalagens, gibis, livros, etc.
A escola deve trazer para o convívio das crianças as mais diferentes práticas de leitura e escrita. A relação com bons textos abre caminho para as crianças se apropriarem da linguagem nos diferentes gêneros e portadores para compreenderem como se organizam, suas características. O contato e a proximidade com os textos são fundamentais para alimentar a imaginação e despertar o prazer pela leitura, contribuindo assim para um processo de alfabetização mais complexo e amplo.

· Como introduzir a proposta
É fundamental dispor um acervo em sala com livros de boa qualidade, gibis, revistas que possam ser oferecidos às crianças, possibilitando a elas escolher as próprias leituras, estabelecendo um contato mais próximo com os livros, manuseando-os, observando-os criando uma intimidade com esse material.
Um canto confortável é um permanente convite a passar momentos ao lado de um colega, dividindo curiosidades, folheando páginas de um livro, contando suas histórias.

· Como selecionar e organizar materiais
Esse canto deve ser organizado de forma atraente, num ambiente aconchegante que pode ser no chão com um tapete e almofadas ou mesmo nas mesas. O importante é arrumar os livros e revistas de forma que a criança consiga visualizá-los, manuseá-los livremente, e se interessem em descobrir o que está guardado em seu interior.
▪ Nas primeiras vezes, vale fazer alguns combinados que podem ser conversados em roda ou durante a atividade sobre os cuidados a serem tomados com os materiais do canto de leitura.
▪ As crianças já têm muitas informações sobre o assunto, portanto o professor pode abrir um espaço para levantar com o grupo quais são os cuidados imprescindíveis no manuseio de um livro.
▪ Os combinados podem ser alterados e ampliados de acordo com a necessidade e problemas que surgirem.

Muitas vezes o professor teme que os alunos estraguem os livros. Mas as crianças só poderão aprender os cuidados necessários no manuseio desses impressos no contato sistemático com o material.


Canto do Soninho
É fundamental que haja um cantinho reservado para colocar colchõezinhos, caso alguma criança adormeça, pois nessa fase algumas ainda dormem durante o dia. É necessário também o travesseirinho e uma manta ou edredon para os dias mais frios.

-O mobiliário deverá ser adequado ao tamanho das crianças: mesas, cadeiras, estantes, gaveteiro (para guardar o material pessoal das crianças: escova de dentes, creme dental, pente ou escova, avental e outros), cavalete de pintura e outros.

- Todo material que for afixado na parede, como por exemplo: murais, quadros de chamada de giz, linhas do tempo, janelinhas do tempo, cartazes, e outros deverão ser colocados de acordo com o tamanho dos alunos para que estes possam visualizar.



Referência Bibligráfica:

-Revista avisa lá nº 7, 8 e 10. Instituto Avisa lá.
Instituto Avisa Lá
- Cássia Ravena Mulin de Assis Medel Professora e Orientadora Pedagógica do CIEP 277